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docarlos

                        São duas, as doenças do marxismo-leninismo: o revisionismo e o esquerdismo.

                        Na primeira, a filosofia de Marx é revista e utilizada numa prespéctiva de justificar a ideologia de direita, afim de fazer prevalecer o poder do capital, agora, porque quando surgiu em força, tinha como objectivo o regresso da sociedade capitalista, sendo inclusive, levada à victória na pátria do socialismo. Em Portugal, deu ares de sua graça com o PS, e todos aqueles que foram considerados renovadores do PCP.
                       O revisionismo, tenta provar que a iniciativa privada, o mercado, na economia, é que é o motor da história, ignorando a luta de classes, fazendo a sua aliança. O revisionismo, tenta manter as classes e os seus representantes, partidos e parlamentos. O revisionismo, ė o colo dos oportunistas, que se auto intitulando de comunistas, tentam assegurar os lugares politicos, sendo lacaios do capital, como o provam a Seabra ou o Magalhães ou então os ideologos como o Vital Moreira. O revisionismo, é simplesmente uma pseudo adaptação do marxismo, às mudanças da vida real.

                       O esquerdismo, será o seu contrário: a estagnação da filosofia marxista, num determinado momento histórico, fazendo pravalecer as necessidades desse momento, como necessidades em todo o futuro a partir dele. Em Portugal, manifestou-se antes do 25 de Abril, através do MRPP, continuando com uma série de grupelhos, de onde se destaca a UDP como Frente do PCP (R). Desfeitos pela própria natureza da sua contradição de incapacidade para ler os acontecimentos e quando deixaram de ser uteis ao capital, como montra negativa do marxismo, acaba diluido no seio da burguesia, sendo raros os casos de autocritica e volta ao maxismo, ou mais propriamente, ao leninismo.
                      No entanto, esta questão do esquerdismo, está sempre de volta por má formação dos comunistas, incapazes de uma leitura consequênte: vivem no passado, nem que este tenha sido ontem. Hoje, no Portugal do século XXI, 41 anos depois dos tempos revolucionários, com uma identidade perdida numa UE supra capitalista, de que depende toda a economia, comunistas, homens sérios e lutadores, continuam amarrados ao chamado PREC, ou pior, vivem de forma seguidista o partido, sem opinião própria, fundamentada, discutida no seio dos marxistas, prejudicando-se a si, à sociedade e ao Partido. Para eles, quais quer medidas do partido, tomadas fora do ambito socialista, ou é revisionismo ou são medidas pontuais, incapazes de analisar a sequencia das condições objectivas que vão surgindo. Para eles, qualquer democracia burguesa, é praticamente igual entre si, incapazes de diferenciar uma democracia como a surgida na nova Grécia, da dos paises nórdicos ou britânica. São incapazes de ver a diferença entre sociais democratas, tipo SYRIZA e o PSD ou os Trabalhistas, as suas composições de classe, ou tipo de medidas capitalistas que tomam, e o que elas podem fazer a um país. São incapazes de fazer uma leitura histórica daquilo que se passa na Europa e no mundo desenvolvido, onde a classe operária quase deixou de existir e, a que resta, foi alienada com as migalhas das colónias e da exploração do capital nos países em vias de desenvolvimento e do terceiro mundo; uma classe operária, completamente incapaz de conduzir uma revolução. Quase que se pode dizer, que em termos revolucionários, o mundo que pela lógica, deveria estar pronto para o socialismo, regrediu.

                       Sim. Não comparei a situação portuguesa à grega, é impossivel, mas fiz determinada analogia, e empurrei a continuação da fuga das politicas mais reacionárias na Europa, para a esquerda, dando o beneficio da duvida ao SYRIZA, tal como dou agora ao PS e ao BE, porque no PCP, não é beneficio da duvida, mas certezas. Um PCP, que a anos luz das posições sectárias e esquerdistas do Partido grego, sem medidas revisionistas, viu e vê a realidade com olhos de ver, apoiando medidas pontuais que nos podem abrir o caminho a uma autêntica politica socialista. Era e é urgente, antes de mais nada, afastar o grande capital da governação, nem que para isso, tenhamos de engolir mais algum sapo.

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