........ e a demagogia Suíça.
Num excelente artigo de Sam Gerrans, publicado em grupo fechado no sistema de mensagens do Facebook, por José Rocha da Fonseca, ficamos a saber que a Suiça estará a preparar um plebescito sobre a criação de dinheiro pela banca privada, após uma petição para que esta seja proibida.
Falamos de criação, porque não se pode falar de cunhagem de moeda. Falamos, como já o tenho feito inumeras vezes, de criação de dinheiro virtual, em contabilidade informática, como empréstimos ao consumo e habitação, que embora seja ao consumo, é no entanto a longo prazo, e que dá valores astronómicos, como lucros na casa dos 400% em muitos milhares de euros.
Sem duvida, que essa é a solução ideal para os povos, mas não pode ser só e apenas num país, nem poderá ser uma diligência isolada. Primeiro, porque leva a reboque a falência imediata da banca, privada ou não: todos os bancos do sistema estão dependentes da engrenagem (abrem crédito ficticio e cobram a prazo dinheiro vivo, da produção, proveniente dos rendimentos do trabalho). Segundo, porque sendo a Suíça um dos paises que vivem do dinheiro dos outros, e cujos créditos a estados e bancos internacionais, também ultrapassa em muito os depósitos existentes, arrastaria consigo todo o sistema europeu e não só.
A economia, seja qual o sistema politico vigente, tem que assentar na realidade. O dinheiro, tem que surgir conforme o avanço produtivo e suas transações, as poupanças em ouro e em divisas. Tudo o que ultrapassar esses valores, é ficticio e propicio a rebentar como uma bolha de sabão (não é por acaso que se diz, bolha, quando há referência ao crédito à habitação e à crise por ele gerada). Qualquer banco, tem que forçosamente, trabalhar com os depósitos nele efectuados ou com empréstimos de outros bancos, mais poderosos, que por sua vez, só o deverão fazer também, com os seus depósitos. Essa posição bancária, limitaria logo à partida o crédito ao consumo e à bolha imobiliária (a habitação, desceria logo para 1/4 mais alguns juros, dos preços pagos em mercado). O limite ou fim ao crédito ao consumo, impõe aos consumidores, as compras a dinheiro, que por sua vez, faz elevar salários, trava a produção desordenada e impõe a planificação da mesma, obriga o capital à pesquisa e desenvolvimento cientifico e ao investimento constante.
Antes de qualquer medida no sentido de acabar com a emissao de moeda pelos bancos privados, é necessário o perdão?! (palavra feia e irreal) de dividas, quer estatais quer privadas, desde que os juros já pagos, ultrapassem os preços de custo mais juros a renegociar dentro de valores razoaveis; e que todas as outras, sejam reavaliadas, dentro dos mesmos moldes, ficando o restante, a ser liquidado com justiça. Nas zonas de moeda única, terão de ser unificados juros, salários, preços e impostos.
Sem estas disposições económicas, tudo não passará de demagogia, palavreado sem qualquer base sustentavel, em que, segundo parece, os suiços são eximios executantes, como à bem pouco tempo com o limite imposto às reformas máximas de 1 500 € (num país com padrões de vida dos mais elevados do mundo ?!), esquecendo de dizer, que esse limite, é imposto às reformas do sistema de segurança social continuando livre o sistema de poupança-reforma e seguros, que por sua vez, não é acessivel a todos, especialmente imigrantes e faixas sociais não especializadas, o que portanto, se torna de impossivel exportação para outros paises, como Portugal.
O sistema capitalista, atingiu um ponto de não retorno. Tudo o que se possa passar de agora em diante, será sempre o caminhar rápido para a mudança social que se impõe: pré socialismo, e este a caminho de uma sociedade sem classes ou de classe única, como alguns teimam em chamar, mas a que eu nunca aludo, por considerar incorrecta a designação. Classe única, pressupõe exactamente a existência de classes, e estas, só existem, porque outras há.