Tretas dum "herói" criminoso
Antes de qualquer consideração mais aprofundada, temos de localizar no passado Rui Pinto, um criminoso da era informática.
Rui Pinto, não passa de um "puto", que com a habilidade comum aos mais jovens para mexer nas novas tecnologias de informação, se voltou especificamente para a espionagem a terceiros. Pelo PC dele, devem ter passado milhares de contas bancárias (de todas as classes sociais), processos judiciais, cartas (e`mail`s) de empresas e pessoais, penetrou em TLMs (joguinhos, palavras passe para tudo, Facebook e outras redes), simples comunicações íntimas entre amantes, e tudo o que mais é possível.
Com este enorme amontoado de informações....., divertiu-se, roubou dinheiro, e apropriou-se de dinheiro ou vantagens, submetendo privados e empresas a chantagem e ainda, o que agrava mais a situação, vendeu informações ou se deixou comprar para as obter.
É nesta perspectiva, que temos de analisar o comportamento actual deste rapazinho, e não duma perspectiva justiceira perante as irregularidades que terá detectado.
Todos os que agora o defendem (na economia: os que pretendem passar despercebidos, ou entao ignorantes que enterram a cabeça na areia; na política, tudo o que é de direita e racista; no "negócio da bola", tudo o que é azulado ou pelo menos, anti vermelho.
A Justiça não tem, nem pode, fazer acusações a ninguém, com base em provas obtidas ilicitamente [todos se devem lembrar (ou já se esqueceram?) do apito dourado e outros processos, em que as forças policiais (não foram piratas) fizeram escutas sem autorização judicial]. Quanto muito, após a instrução do processo, os Juízes podem tirar Certidões de alguns casos e mandar fazer investigações.
Até agora, o caso Rui Pinto, tirando os meandros da bola, ia passando entre os pingos da chuva, mas atingiu outra dimensão quando expôs a política e a economia de um país irmão (todos sabemos que ninguém enriquece trabalhando: (a riqueza vem sempre da apropriação do trabalho alheio), mas daí até à corrupção (compra e venda de favores), vai uma grande, enorme, distância e, por agora, não se consegue provar se a houve, e, no caso provável de haver corrupção, quem foram os envolvidos, porque o património de Isabel Dos Santos, é não só, por si, não o prova (ela por si, até pode ter sido uma contra corrente da corrupção, a que o pai tenha recorrido para não delapidar ainda mais Angola). Se for esse o caso, então ela não será a mulher mais rica de África, mas sim um simples agente económico (mas isto é pura especulação minha), a que a Justiça angolana, terá de dar resposta (se for Justiça?!). Ela não investiu na produção em Angola (iria iniciar um projecto megalomano em Luanda). Ela tem investido sim em criação e apropriação de mais valias, em Portugal e noutros países, onde através de circuitos bancários dela se apropria. Os casos conhecidos em Angola, serão os diamantes, mesmo assim, a riqueza através destes, virá muito mais da lapidação em Genebra, do que das Minas. Na Sonangol, foi dirigente, o que configura roubo e não corrupção, se houverem irregularidades.
Mas voltemos a Rui Pinto. Porque não exerceu ele chantagem sobre IS ? Como sobrevivia ele? Não teria sido ao contrario, ou seja, IS a comprar informações ao pirata informático? E os outros envolvidos: nos negócios, políticos e empresários; na bola, clubes ou personalidades anti vermelhos? Em Portugal, dezenas de empresários e figuras políticas, foram ao longo destes anos, parceiros e coniventes com a política econômica angolana.
Então, porque aparece agora Rui Pinto?
Das duas uma: ou estão a proteger figurinhas, ou ele repentinamente, a conselho dos advogados, virou oportunista, sim, porque certamente não lhe deu uma de arrependimento, até porque a pena a que está sujeito, é perfeitamente ridícula (5 anos), o que descontando o tempo de prisão preventiva mais a condicional, ainda temos de lhe pagar indemnização.
Concordo que ele é um santo, comparado com alguns, mas não passa de um criminoso, daqueles que nos vêm cuscar os PCs, TLMs ou tablets, de quem a Justiça NÃO pode nem deve servir-se para condenar outros cidadãos. Nem a Justiça, nem a maralha reçabiada e aziada por negócios mal parados, descolinizações contra o seu contentamento ou troféus futebolísticos perdidos em campo.