O ESQUERDISMO NOS TEMPOS DE HOJE
Com a consolidação do poder do que restava e da, renascente da burguesia, no XX Congresso do PCUS, o MCI dividiu-se entre os que, sempre estiveram com Lenine e Estaline e os que aceitaram o que pensaram ser uma evolução do marxismo.
Se aos segundos, a evolução histórica, os levou ao descalabro (ex: PCI, PCF, PCE) aos primeiros criou um sentimento de auto defesa, conservadorismo e avesso a qualquer evolução política, economica e social (ex: PTA, PCC).
A teoria Leninista do capitalismo de Estado, começou a ser interpretada segundo a consumação do poder burguês nos países socialistas, principalmente na URSS, e não, como um aproveitamento das estruturas recebidas do Estado Proletário, longe, muito longe, da organização estatal burguesa que serve o capital, cuja expressão máxima se materializa no fascismo, ou na melhor das hipóteses, em sociais democracias centralizadas.
Se hoje os três maiores partidos europeus ocidentais, desapareceram, do PTA, também nada resta, restando o PCC, que soube dar a volta por cima, recuando na ditadura do proletariado, transformando a economia chinesa, numa economia mista, controlada pelo Estado dominado pelos comunistas (uma política idêntica à de Lenine dos tempos modernos, apesar de a China ter tido sempre uma economia de mercado entre a cidade e o campo, que sempre foi a força económica do país).
Em Portugal, também o esquerdismo, materializado no MRPP, PCPr/UDP, etc, sofreu os efeitos oposicionistas ao XX Congresso, não só por análises incorretas, como também pela avalanche de candidatos a líderes do PCP, como se viu, pela infinidade de criação de partidos, ditos, m-l, que, como tem ficado demonstrado, nunca vão além da sua formação, pouco intervindo no seio da sociedade, acabando por encher a barriga das forças reacionárias, dando -lhes o material de que necessitam, contribuindo assim para travar a única força consequente, m-l, do país. Também a sua incapacidade para perceber os novos movimentos de massas proletárias, configuradas nos partidos, tipo BE, que navegam dentro daquilo a que agora chamam classes médias (mal de que padecem muitos comunistas), tem contribuido para a desordem politico/social do proletariado.
A prova de que o PCP, não é nem de perto, nem de longe, um partido como os extintos espanhol, italiano e francês, está na sua consolidação, adaptação marxista ao evoluir da sociedade, que também é a negação do reformismo burguês, ou do revisionismo de que o extremismo "esquerdista?" o acusa, resistindo assim igualmente, aos ataques deste, isolando os seus cabecilhas e seguidores.
A recusa esquerdista à participação em eleições, é uma política anti-leninista, que pode levar ao recuo no pouco que foi conseguido no campo da recuperação, assim como, uma abertura à possibilidade do encolher da democracia burguesa, que, para o esquerdismo, parece ser igual à ditadura dessa mesma burguesia, aliás, dando campo de manobra aquilo que a burguesia tem feito crer nas massas: "que são todos iguais". Nada mais anti-marxista e anti-leninista do que isso. Para serem todos iguais, então, a burguesia teria razão para se perpetuar no poder, pois seria maioritária.
Por muitos erros que o PCP possa cometer (tem que cometer, pois é constituído por seres humanos), é no entanto, um dos poucos partidos comunistas consequentes, marxistas-leninistas, no mundo e, também será importante lembrar, de que a CDU, não é um partido marxista, mas uma coligação onde cabem diversos extratos sociais e, então, da qual faz parte, o PCP.
VOTAR...., é um direito conquistado à burguesia, que passou a ser um dever!