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docarlos

                        Como poderemos definir violência?

                        Considerando o movimento, seja na natureza, nos seres vivos, ou na sociedade, perpétuo, originador da mudança pela luta constante de dois ou mais contrários, poderemos sem sombra de dúvida, considerar violenta qualquer evolução qualitativa, isto, porque para a parte derrotada, a perda será sempre uma violação do seu estado, que apesar de estar sempre em mudança quantitativa, se mantém durante um determinado tempo/espaço, estável na sua aparência exterior. No entanto e, erradamente, é facto aceite sem discussão, que entre seres vivos e, em especial entre humanos, quer individualmente, quer em sociedade, violência é agressão física e, mais recentemente, violência psicologica.

                        Partindo do pressoposto atrás descrito, teremos então de considerar toda e qualquer quebra de equiibrio, violência sobre o contrário que cede a sua vez de lider, ao opositor, iniciando assim um novo ciclo de crescimento, de movimento quantitativo, com novo ou novos contrarios, que irão mais tarde, também eles, exercer o seu direito violento. Se uma guerra, uma revolta, um assalto, um atentado terrorista, uma luta entre jovens estudantes, um homicidio, são actos violentos, então, teremos que considerar a acção de um bombeiro sobre a chama, um testamento, uma expropriação compulsiva, a erosão natural, como acções violentas sobre o incêndio, sobre os deserdados naturais, o proprietário, o desgaste do areal perante o bater das ondas, a formação de dunas, actos violentos.

                        São estas concepções sobre vioência, que se tem de considerar quando se lê Marx ou Engels, ou mesmo Lenine, tendo em atenção as diversas opções sociais com que eles se deparavam na história e nas suas épocas. A acção violenta das massas sobre a burguesia, não se confinava à violência fisica da tomada do poder, mas a toda a Revolução Socialista, à ditadura do proletariado, onde, quer com a nova legalidade, quer psicologicamente, quer pela força fisica, seria e será necessario impôr a nova concepção democratica da destribuição produtiva, ou seja e simplificando, a terceira opção pode e deve ser aplicavel, na correspodência directa da reacção burguesa, e não obrigatoriamente, até porque, um comunista, além da sua condição natural de revolucionário, é, tem de ser, acima de tudo um humanista, ou não fosse o seu objectivo, a classe única, para acabar com as injustiças.

                        Quando se discute a Revolução, resumi-la à força fisica, à considerada violência fisica, mesmo na tomada do poder, é ter uma concepção estreita, redutora das imensas possibiidades que se abrem no momento da passagem de um estado ao outro (o fascismo caíu praticamente de forma pacifica, dando lugar a uma terceira revolução burguesa/democratica). No momento da revolução, da mudança qualitativa, se a nova concepção da sociedade tiver as armas do seu lado, ou na pior das hipóteses, numa situação neutra, a considerada violência fisica será desnecesaria, por impossibilidade de reacção dos vencidos, tal como o acto violento de apanhar um fora da lei sem resistência.

                        Antes do acto revoucionário, é dever do revoucionário garantir o máximo de peso social do seu lado. Atrair todo o proletariado, quer operario ou não, mesmo aquele que pelos seus rendimentos, se aproximem da burguesia proprietaria, garantirá a perda de força da reacção, garantindo assim o mais possivel, a passividade do processo no durante e no depois. Desejar encostar à parede, todos os que escolherem o lado errado, o lado perdedor, sem trabalho de conquista das mentalidades, é fazer o jogo daqueles que depois se revoltarão e tentarão readquirir o poder perdido. O que se passou no chamado Verão Quente, culminando no contra golpe de 25 de Novembro, quando uma onda, na prática antirevolucionária, separou o país em operários e burgueses, só porque eram proprietários de casa ou terrenos de subsistência, é a prova de que a violência, não é só fusis e cacetes, nem que o pacifismo comunista, é revisionismo marxista, reformismo ou oportunismo.

 

                       

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