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docarlos

                     Da postagem anterior, fui acusado de mea culpa superficial, ao espalhar as culpas da derrota eleitoral por toda a esquerda; de imobilismo mental. com proveniência nos anos 50s do século passado, etc. etc.
                     Bem. Não há mea culpa superficial. Há sim, um mea culpa feito à pressa na noite das eleições, fundamentado naquilo que analisei ao longo da porcaria da campanha desenvolvida, e que não constituiu novidade quanto a resultados, para mim.

                     É evidente, que, para além da propaganda, demagogia e encomenda de sondagens, feitas pela direita e que estão na base de todos os resultados obtidos, as culpas maiores, cabem ao PS, que nunca se definiu em relação a um candidato da sua area, em quem empenhasse a sua máquina, poderosa máquina, eleitoral. Dá até para desconfiar, que haverá um jogo escondido  entre o Presidente eleito e este partido, tendo à vista o Bloco Central. Mas isso, não iliba a má campanha dos outros candidatos e, o Partido Comunista, conhecedor, perfeito conhecedor, da politica e interesses económicos em Portugal, tem responsabilidades acrescidas.
                     Marcelo, não era um candidato qualquer. A seguir a Mario Soares, ele é a pessoa com mais bagagem politica em Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa, sem o ser, soube sempre ao longo dos anos de autopropaganda, colocar-se aparentemente, acima dos partidos; transmitir uma imagem de "boa" pessoa, de democrata. Ataca-lo, colando-o a Passos Coelho, foi a pior asneira que se pode fazer (embora sabendo que é verdade).
                     Claro que a denuncia, com factos objéctivos, é obrigatória, mas acusa-lo só por ser militante do PSD, é uma asneira em terra politicamente ignorante. Ramalho Eanes, também era de direita, no entanto, não só ele soube ser honesto, politicamente honesto, como o Partido Comunista teve uma postura completamente diferente; tão diferente, que o apoiou num segundo mandato.

                     O PCP, tem de discutir isto e, bem. tem de o fazer perla esquerda, e não pela direita como o queriam os chamados renovadores, a quem eu chamo de traidores. Não sabemos o que irá acontecer daqui a cinco anos, portanto, há que tomar provedidências. Não é o candidato que representa o Partido, nem a linha partidária, que está em jogo, mas sim a táctica. Temos de saber lidar com o esquema burguês, se os queremos vencer.

                     Se isto é imobilismo cinquentão, então não sei nada da vida........

 

 

 

 

 

 

 

Deixemos-nos de tretas. Passar atestados de idiotice aos portugueses, não basta. A culpa da derrota da esquerda, esteve nela própria, porque Marcelo e os partidos dele apoiantes, nada precisaram de fazer para ganhar. A esquerda, não precisava de concentrar votos, mas sim, saber apresentar as razões para eleger um Presidente: defender a Constituição, e garantir a estabilidade para que o seu governo, possa corrigir a politica anterior de saque aos trabalhadores. Mas não. Passou o tempo de campanha, a atacar Marcelo, e a colá-lo ao governo de Passos Coelho, quando toda a gente tem ouvido Marcelo em comentärios distanciados dos partidos. Sabemos nós, os mais conhecedores da realidade, que ele é um direitista, mas para os menos esclarecidos, ele é o simpatico e democrata comentador das TVs. Portanto, atacar tal figura, é e foi, contraprocedente., como o indicam os resultados. A prova, está em os que menos o atacaram, foram os mais votados, para além dele. Resta-nos esperar para ver, mas ele vai cozinhar Antonio Costa em lume brando, até este perder o apoio dos comunistas, e a direita,voltar então ao governo, para acabar a razia que estava efectuando. Denunciar, é um dever, mas abusar....., não. Bom proveito a todos.

                            Todas as sondagens referentes às presidênciais de 24 de Janeiro, dão a victória a Marcelo Rebelo de Sousa, tanto na 1ª volta como na 2ª. Verdadeiras? Falsas? Que reflectem elas afinal: intenções de voto ou preparação para a abstenção e voto útil?

                            Começa a tornar-se evidente, que é a segunda hipótese que prevalece sobre a primeira, que deveria ser a real.
                            Todos sabemos, que qualquer candidato de Direita, será derrotado numa segunda volta. Ninguém no seu perfeito juízo, depois de votar Sampaio da Nóvoa, Maria de Belém, Marisa ou Edgar, vá votar em Marcelo numa 2º volta. 
                            A questão portanto, está na primeira volta, onde a esquerda não pode, se dar ao luxo de ficar em casa, e tem que lutar pelos indecisos, que nas sondagens são interpretados pelos OCS da Direita,. como abstencionistas, e que representam cerca de 30% do eleitorado.

                            Estas manobras dos médias, têm de ser claramente denunciadas pelos candidatos cuja presença nas eleições, têm como objéctivo, dar a victória à esquerda...., áh!!, e quantos são?, é que até agora, apenas Edgar Silva tem explicado os seus objectivos e o que o PR tem e deve de fazer. Sampaio da Nóvoa, tem dado um ar de tranquilidade, saber e objéctivos democraticos de defesa da Constituição, mas no fundo, é um bom-burguês, amiguinho dos seus amiguinhos e da caridadezinha, que pouco mais do que cortar fitas, irá fazer na PR. Maria de Belém, representa os sectores mais à direita dentro do PS, disso já não há duvidas. Marisa, parece estar a fazer o frete ao PS, para que este consiga eleger um dos dois, de preferência Maria de Belém. Os outros, embora tenham o direito de lá estar como qualquer cidadão, não passam de verbos de encher, à procura de protagonismo e a fazer o frete do roubo de votos.

                          Cabe portanto, aos candidatos de esquerda ou pelo menos com ela na boca, desmascarar este enevoamento e entrupedecimento das mentes, feitos pelos pasquins lidos, vistos e ouvidos, que interpretando ou encomendando sondagens, procuram a todo o custo, não largar o osso que começaram a perder a 4 de Outubro. Votar em Edgar Silva, é um imperativo democratico, mas, em simultâneo, é necessário lutar por uma segunda volta, onde pelo menos, esteja o mais bem preparado e defensor da Constituição a fazer frente ao demagogo Marcelo. Edgar (ai que bom que era) seria de longe o melhor, mas todos sabemos as limitações que a burguesia impõe aos comunistas, portanto, entre muita bagunça, resta-nos lutar pelo melhor e derrotar uma direita revanchista, personalizada num individuo próximo do antigo regime, demagogo e papa caldeiradas e feijoadas.

                          AINDA ANGOLA

                         Em entrevista à agência Lusa, Gustavo Cardoso assinalou que, em Angola, a Internet é sobretudo utilizada por "uma elite da população, por quem tem dinheiro para fazê-lo, independentemente das competências culturais e educacionais" e que, mais do que um embate entre quem está num governo e quem o contesta, este tipo de atitude do poder é reveladora de um desfasamento cultural. (Lusa)

                         Eis em poucas palavras, a reveladora face de quem continua reçabiado pela descolonização, mas que por ignorância, se contradiz a si próprio.
                         O Governo angolano, atacou o serviço de redes sociais, onde, segundo diz, é ridicularizado e atacado diáriamente por individuos que se dizem militantes opositores e que, segundo a comunidade internacional, são os paladinos do combate pela democracia contra o totalitarismo, em redor de alguns dos quais, se tem feito muito alarido por estarem presos e a serem julgados. Ora, segundo este investigador, quem se serve da internet e das suas redes sociais, são exactamente as classes elitistas, com poder económico para possuirem o acesso à net.
                         Como quem não é por mim, é contra mim (é a luta dos contrários), pode-se ver facilmente de que lado está a razão, sendo a restante população, um joguete nas mãos  de quem tem o dinheiro e não tem o poder.

                         Mas será bom ler a noticia por completo, para se ter uma ideia exacta, de como a realidade é distorcida, levando a revoluções, guerras, mortes e miséria:

                    (http://24.sapo.pt/article/newspaper-latest/lusa-sapo-pt_2016_01_17_1496047806_redes-sociais-sao--arma-de-eleicao--em-termos-de-protesto---investigador)

                           Conforme vai passando o tempo, vai vindo à tona a verdadeira face do candidato Marcelo Rebelo de Sousa. De paleio afinado, com papel de embrulho democratico, andou anos a fio a preparar o terreno nas televisões. Sempre atacando ou defendendo, nunca teve contraditório. Treinou, treinou, ganhou simpatias, mas nunca lhe passou pela cabeça (de melão - com todo o respeito que tenho pelo dito fruto), que os telhados são de vidro e o verniz estala ao mais pequeno uso dos sapatos doutorados.
                           O resultado, está à vista. Nem os anos de politico, de prof universitário, de estudo?! politico, ou de visitas à Festa do Avante, chegam para o debate politico, para o debate sobre as situações concretas. Marcelo, vai perdendo simpatia, apoios, percentagens nas sondagens, até à queda final.

                           No entanto, ainda falta o mais importante: a esquerda se preparar para conquistar a PR.
                           Marisa Martins, no debate com Edgar Silva, caíu na ratoeira da entrevista sobre a Coreia do Norte, pondo-se claramente ao lado do imperialismo, não dando hipótese ao candidato comunista, de fundamentar a sua posição: porquê? Será mesmo esse o pensamento da deputada europeia? Se é, então cometeu um erro que abala toda a esquerda. É que a resposta de Edgar, tanto serve para a Coreia do Norte, como do Sul, os EUA ou a Arábia Saudita. Ao PR, cabe se certificar de que Portugal, à luz da CRP, deve manter relações de amizade, económicas e culturais com TODOS os povos, independentemente da politica exercida pelos seus governos.
                           Já com a questão do OE rectificativo, também se espécula, mas aí, Edgar já pode explicar, fazendo ver que seria inutil, estar a negar a sua assinatura, pois mais tarde, teria de passar pelo vexame de ser obrigado a assinar, e, além disso, o documento, tem a ver com 2015 e o Governo anterior, e não com o Governo de António Costa. Depois de cometido o erro não integrar o BANIF na CGD, não havia outra solução.

                           Com a direita e os seus OCS, não se pode contar, tal como com alguns idiotas que por lá andam candidatados. Urge, um alinhamento mais sério, entre os candidatos da esquerda, para que o finório calceteiro, seja obrigado a ir a uma segunda volta, porque aí, será derrotado.

                       ........ e a demagogia Suíça.

                       Num excelente artigo de Sam Gerrans, publicado em grupo fechado no sistema de mensagens do Facebook, por José Rocha da Fonseca, ficamos a saber que a Suiça estará a preparar um plebescito sobre a criação de dinheiro pela banca privada, após uma petição para que esta seja proibida.
                      Falamos de criação, porque não se pode falar de cunhagem de moeda. Falamos, como já o tenho feito inumeras vezes, de criação de dinheiro virtual, em contabilidade informática, como empréstimos ao consumo e habitação, que embora seja ao consumo, é no entanto a longo prazo, e que dá valores astronómicos, como lucros na casa dos 400% em muitos milhares de euros.

                     Sem duvida, que essa é a solução ideal para os povos, mas não pode ser só e apenas num país, nem poderá ser uma diligência isolada. Primeiro, porque leva a reboque a falência imediata da banca, privada ou não: todos os bancos do sistema estão dependentes da engrenagem (abrem crédito ficticio e cobram a prazo dinheiro vivo, da produção, proveniente dos rendimentos do trabalho). Segundo, porque sendo a Suíça um dos paises que vivem do dinheiro dos outros, e cujos créditos a estados e bancos internacionais, também ultrapassa em muito os depósitos existentes, arrastaria consigo todo o sistema europeu e não só.

                    A economia, seja qual o sistema politico vigente, tem que assentar na realidade. O dinheiro, tem que surgir conforme o avanço produtivo e suas transações, as poupanças em ouro e em divisas. Tudo o que ultrapassar esses valores, é ficticio e propicio a rebentar como uma bolha de sabão (não é por acaso que se diz, bolha, quando há referência ao crédito à habitação e à crise por ele gerada). Qualquer banco, tem que forçosamente, trabalhar com os depósitos nele efectuados ou com empréstimos de outros bancos, mais poderosos, que por sua vez, só o deverão fazer também, com os seus depósitos. Essa posição bancária, limitaria logo à partida o crédito ao consumo e à bolha imobiliária (a habitação, desceria logo para 1/4 mais alguns juros, dos preços pagos em mercado). O limite ou fim ao crédito ao consumo, impõe aos consumidores, as compras a dinheiro, que por sua vez, faz elevar salários, trava a produção desordenada e impõe a planificação da mesma, obriga o capital à pesquisa e desenvolvimento cientifico e ao investimento constante.

                    Antes de qualquer medida no sentido de acabar com a emissao de moeda pelos bancos privados, é necessário o perdão?! (palavra feia e irreal) de dividas, quer estatais quer privadas, desde que os juros já pagos, ultrapassem os preços de custo mais juros a renegociar dentro de valores razoaveis; e que todas as outras, sejam reavaliadas, dentro dos mesmos moldes, ficando o restante, a ser liquidado com justiça. Nas zonas de moeda única, terão de ser unificados juros, salários, preços e impostos.
                   Sem estas disposições económicas, tudo não passará de demagogia, palavreado sem qualquer base sustentavel, em que, segundo parece, os suiços são eximios executantes, como à bem pouco tempo com o limite imposto às reformas máximas de 1 500 € (num país com padrões de vida dos mais elevados do mundo ?!), esquecendo de dizer, que esse limite, é imposto às reformas do sistema de segurança social continuando livre o sistema de poupança-reforma e seguros, que por sua vez, não é acessivel a todos, especialmente imigrantes e faixas sociais não especializadas, o que portanto, se torna de impossivel exportação para outros paises, como Portugal.

                   O sistema capitalista, atingiu um ponto de não retorno. Tudo o que se possa passar de agora em diante, será sempre o caminhar rápido para a mudança social que se impõe: pré socialismo, e este a caminho de uma sociedade sem classes ou de classe única, como alguns teimam em chamar, mas a que eu nunca aludo, por considerar incorrecta a designação. Classe única, pressupõe exactamente a existência de classes, e estas, só existem, porque outras há.

 

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