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docarlos

                Nada como  a situação de Portugal, saída das eleições de 4 de Outubro, a Grécia ou a Espanha, para se ver a correpondência entre patriotismo (não o nacionalismo, que é outra abrangente) e o internacionalismo dos povos, ou do proletariado se assim o classificarem.
                Antes de mais, clarificar a diferença entre patriotismo e nacionalismo, ou entre pátria e nação.O primeiro é o espaço entre fronteiras, criadas pelos senhores feudais, em muitos casos há muitas centenas de anos e consagrados pela burguesia no capitalismo, de que Portugal é exemplo; o segundo, o espaço constituido pela mesma cultura, lingua, religião e outros traços similares, como o caso do Mundo Arabe, ou mesmo aqui mais perto, com a Galiza e o Norte de Portugal, ou a Catalunha e o Pais Basco.
                Portanto, o que está em jogo, no ponto de vista marxista, será o patriotismo e o internacionalismo daí inerente, ou seja, a tentativa dos povos para a formação de uma só pátria, a Terra, o que acabará por agrupar uma sociedade multinacional, onde as diferenças se irão esbatendo ao longo de milhares de anos futuros.
                         
                O internacionalismo por simpatia
                Desde dezenas de anos, que não existe uma internacional comunista, reguladora da acção dos diversos Partidos Comunistas; quanto muito, existem movimentos comunistas internacionais, em que se trocam informações e experiências, mas nada vinculativo. No entanto, a exploração cada vez mais desenfriada a que os povos e o proletariado em particular estão sujeitos, obrigam, mesmo sem regulação, a que os mesmos povos olhem e tomem como seus, os movimentos constestatórios e consequentes inclinações de voto em eleições burguesas, nos outros lados: o caso da Grécia, é revelador.
                Sem haver qualquer coligação tão abranjente como a do SYRIZA, os portugueses votaram no entanto   maioritariamente, em todos os partidos que, programáticamente, podem ser considerados de esquerda, constituindo assim uma Frente, desgarrada, mas Frente democratica de constestação à politica de direita levada a cabo desde 2011, mais tudo o que está para trás e da responsabilidade do próprio P"S", a quem se viu agora, a mudança de liderança, foi benéfica, pelo menos, aos olhos dos votantes.
                Sou dos poucos, que ainda acredita no SYRIZA, dentro do contexto europeu e burguês. Para mim, a grande coligação grega, ainda não está derrotada, e basta uma governação séria e conseguir a reestruturação da divida, para que o país progrida e, pelo menos, saia do fosso em que caíu. Ora, em Portugal, com este resultado que em muito tem como exemplo a Grécia, chamo-lhe internacionalismo por simpatia, pode-se também alcançar bons resultados. Não o que seria necessário, que era uma revisão da estadia no Euro e na UE mais a NATO, mas resultados de crescimento, recuperação do poder de compra e melhores serviços do Estado, com mais investimento público. A questão da restruturação da divida e do Euro, virá mais tarde, quando os efeitos da subida dos juros se começarem a sentir, e a sede de poder do P"S", os fizer pensar seriamente no assunto. Isto, se entretanto a Grécia, mais uma vez o internacionalismo, não conseguir alguns feitos económicos, e obrigar por convencimento os "socialistas" portugueses a embarcar. É que uma vitória económica da Grécia, representa a derrota final, porque a intermédia já está (sou o único que acredita por aqui) da UE e da politica de suga do mundo financeiro de Bruxelas.

               «Proletários de todos os países, uni-vos»

               Esta palavra de ordem de Marx e Engels no Manifesto, apesar de não fazer sentido imediato, acaba por ser posta em prática, mesmo sem elo para ligação material. Foi a Grécia, agora esperemos que dê resultado, embora diferentemente em Portugal, e de seguida virá a Espanha. A posição do Partido Comunista Português, de Os Verdes e do BE, não colocando à cabeça as questões internacionais, Euro, UE e NATO, acaba por ser a posição do SYRIZA e que o KKE rejeitou desde inicio, levando a muitas cedências da Coligação grega, que possivelmente não se teriam dado. A posição dos partidos de Esquerda em Portugal, foi altamente responsavel, em particular a dos comunistas, que assim rejeitaram quaiquer extremismos, pondo à frente dos interesses partidários, o socialismo e o comunismo, os interesses imediatos de Portugal, num contexto internacionalista muito mais amplo. Com esta posição, podemos ainda ajudar o povo espanhol e outros que se lhe seguirão nas próximas escolhas politicas. É a grande oportunidade para os povos se começarem a libertar do jugo fascista com pelo de democrata.
Mesmo que o P"S" acabe por ceder à Direita, o que já é pouco provável, muita coisa já ficou feita e que não poderá voltar atrás.

               
             

                       

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