Publicado por mim a alguns anos no JN
NENHUM HOMEM É ESTRANGEIRO
" SOMOS UM POVO DE EMIGRANTES "
" SOMOS UM PAÍS DE IMIGRANTES "
O desenvolvimento do capitalismo, nas alturas de grande expanção, tem-se socorrido dos imigrantes, sempre provenientes de países subdesenvolvidos, e sempre com o mesmo fim: mão-de-obra mais barata, geradora portanto, de uma maior mais-valia. Foi para isso, que os países da Europa Central, Grã Bertanha e América do Norte, instigaram a emigração nos países periféricos, nas decadas de 60 e 70 do século passado, mais atrazados e carentes de meios de subsistência.
No inicio, tudo correu normalmente. Havia trabalho para todos: naturais e estrangeiros. Agora, é que a "porca-torce-o-rabo"; com a crise, dá-se o desemprego e como é natural, os imigrantes, são os preferidos em detrimento dos trabalhadores locais, como mão-de-obra mais barata. Daí, a revolta xenófeba dos naturais, embrutecidos pela desinformação monopolista e manobrados pelas forças de ultra-direita, apelidadas de nacionalistas. Certamente, virão dizer, que os nossos emigrantes, sempre trabalharam muito e ganharam bem: juntaram e fizeram casa, abriram negócios ou trazem boas reformas. resumo; que fizeram pela vida. Mas, nunca esquecer, que sempre foram eles que mais trabalharam e menos ganharam nesses países de acolhimento. A grande diferença, estava e está, no nível de vida de lá e cá. todos os que vieram, ficaram mais ou menos bem. Mas os que por lá ficaram e os seus descendentes, têm hoje os mesmos problemas que os naturais desses países.
Mas vamos ao nosso caso, até porque aquí todos estamos e emigrantes são só alguns (muitos).
O Metro de Lisboa, as auto-estradas, a Expo 98 e os estádios do Euro 2004, trouxeram até nós, milhares de imigrantes provenientes das ex colónias e dos países do Leste; estes, acabadinhos de cais nas malhas das privatizações selvagens, após a queda dos regimes socialistas.
Enquanto houve trabalho, tudo bem. Técnicos, chefes e trabalhadores qualificados, portugueses e o trabalho duro para os imigrantes, ganhando mal, mas o suficiente, para manter as famílias nos países de origem e ainda juntar algum ( alguém me disse, que fazer uma casa em Cabo Verde ou na Ucrania, custava quase vinte vezes menos, do que em Portugal ). O pior foi quando as obras acabaram; o desemprego para nós continuou, porque nunca nos faltou subsídios, afim de nos manter calados, mas para eles, foi dramático. O desespero chegou. Se é fácil a uma França, Alemanha, Inglaterra, EUA ou Canadá, manter desempregados, o mesmo já não sucede na nossa económia de cordel. Daí, os negros e seus filhos, começarem aa dedicar-se ao pequeno roubo e à droga, e os da Europa do Leste, mais instruidos e habituados a uma vida melhor, ao crime organizado e muito violento.
Agora, somos nós que queremos que eles vão embora. Somos nós, com lavagem ao cerebro e manobrados pelos Portas e Machados cá do sítio. Exactamente o que se passa, com os nossos emigrantes, por essa Europa fora.
Tudo o que se passa, é compreensivel, mas não admissivel ! Só há uma solução: a luta por uma sociedade total, combatendo a divisão entre indigenas e imigrantes. NENHUM HOMEM PODE SER ESTRANGEIRO !
Haveria muito para dizer, mas prefiro deixar, para os nossos bloguistas emigrantes. Eles, melhor que ninguém, para nos contar as peripécias de uma vida de trabalho e sofrimento.