Três correntes de opinião se têm estado a afirmar nas redes sociais neste últimos dias, ou melhor dizendo, desde o ínicio do ano, após a victória do SYRIZA nas eleições gregas. Eleições, em que a maioria do Povo grego, correu e esmagou os partidos do chamado arco da governção, dando a victória a uma gigantesca coligação, representante dos diversos sectores da sociedade média da Grécia.
Estas três correntes, são:
-- A que apoia abertamente o SYRIZA,
-- A que o hostiliza evocando as vantagens da austeridade e,
-- A que apoia as posições do KKE (comunistas).
Como não podia deixar de ser, desde o inicio que os comunistas daquele país têm a sua posição perante o assunto, no entanto, foi agora com a questão do referendo (que em opinião pessoal, foi desnecessário pois o Governo através do voto no SYRIZA, tinha perfeita legitimidade para dicidir), que a questão se agodizou, ao ponto de ser a única formação politica a negar o voto NÃO, apresentando alternativas à pergunta governamental no parlamento, que foi derrotada, e a incitar os seus militantes, simpatizantes e povo em geral, ao voto nulo ou à introdução de um boletim de voto falso, com as perguntas derrotadas no parlamento.
Após o referendo, o Partido Comunista, emitiu um comunicado, com as linhas mestras daquilo que entende ser necessario para o seu país. Vejamos aqui:
http://www.odiario.info/?p=3700
A Grécia é um país muito identico a Portugal, mas mais dedicado aos serviços, em especial o turismo, cuja estrutura produtiva sempre foi destruida no pós guerra, com realce para os últimos 5/6 anos, com o descalabro da intervenção da Troyca. Não tem Classe Operária (muito menos do que nós e de que grande parte dos paises ocidentais - a explicação para o facto está em outros Posts neste Blogue), e o seu proletariado, é constituido por uma classe média de serviços, e que tem sido a principal vitima da politica imperialista da UE. Lembremos, que um Partido Comunista, é o supersumo da Classe Operária, aquela que realmente produz, sustenta um povo, e que mais dá a lucrar aos Privados, com o trabalho que não é pago.O Partido Comunista, é o único partido de classe, capaz de conduzir as massas para uma revolução e depois, em pleno socialismo a caminho da sociedade sem classes económicamente diferenciadas, o comunismo.
A Grécia, está ainda integrada na NATO, em situação geoestratégica entre a Rússia e os outros países que faziam parte do pacto de Varzóvia e o Norte de África, o que complica muio mais as coisas em caso de roptura expontânea.
Quanto à versão portuguesa....
....., num país, que há partida, está ligeiramente melhor do que a Grécia, com uma classe operária quantitativamente superior; um Partido Comunista com uma influência eleitoral quase dobrada, sem falar nos meios sindicais, este apresentou o seu programa eleitoral que sustenta o seguinte:
http://www.legislativas2015.pt/2015/07/08/programa-eleitoral-do-pcp-o-que-querem-jeronimo-e-o-pcp
Pergunta-se então, o porquê das diferenças, notórias a olho desarmado (a cerebro desarmado do conhecimento marxista)?
A resposta é simples: a coerência na perseguição dos objéctivos e a correcta análise das condições da sociedade portuguesa; derivadas de um coléctivo rechado de conhecedores nas suas areas de intervenção, do marxismo e, sobretudo, de ausência de aventureirismos. Em Portugal, a sociedade socialista (em Portugal, porque se fosse simultânea globalmente, este proplema não se colocava), ainda não é possivel, nem materialmente e, como é normal daí derivente, nem culturalmente.
Ora, se em Portugal não é possivel para já, muito menos para uma Grécia completamente destruida.
Deixo mesmo, á consideração de todos, esta análise, mas antes, e visto que o materialismo histórico são acima de tudo, as relações de produção, que é como quem diz, a economia, duas passagens muito importantes de ambas as posições dos Partidos Comunistas respéctivos.
Do KKE....
«a socialização dos monopólios, o desligamento da UE, a denúncia unilateral da dívida, o estabelecimento de uma planificação central científica para o desenvolvimento da sociedade, para o povo, com o povo realmente no poder.»
Do PCP...
«a renegociação da dívida nos prazos, juros e montantes (redução do valor nominal dos montantes em 50% e redução do seu serviço em 75%).
a recuperação de instrumentos de soberania monetária, cambial, orçamental e fiscal, essenciais para garantir o desenvolvimento do país.
a eliminação de condicionamentos estratégicos pelo controlo público de setores como a banca e a energia.