Uma curta análise sobre as eleições
Quase uma semana após o acto eleitoral, e quando faltam apurar os votos vindos do estrangeiro, que vão confirmar a previsível vitória da AD, ou a vitória surpreendente do PS, mas com derrota da esquerda, está no entanto claro de que, não haverá Governo sem o Chega, ou sem uma nova "geringonça"; seja, o Chega é que vai decidir como vai ser governado Portugal.
Confesso que não acreditava na vitória direitista; aliás, estava convencido de que o habitual conservadorismo político dos portugueses, iria reiterar a maioria PS, tal como creditava num reforço, pelo menos em votos, da CDU e que o Chega iria começar uma fase descendente.
Enganei-me. Ignorei a possibilidade dos "protestantes" habituais qua se têm pautado pela abstenção, irem votar no Chega, apesar deste partido não ter um só elemento capaz de ter em mãos um sector qualquer da vida nacional: não passam duns palermas arruaceiros, a fazer a cama aos verdadeiros direitistas e saudosos do fascismo, mas são perigosos, porque têm nas mãos as forças de segurança e são ignorantes.
No que à CDU diz respeito, a esperança era uma coisa a realidade é outra e, só vêm confirmar o que penso, respeitante à prática marxista dos comunistas: contas de outro rosário....
Mas também há algo de positivo, ou assim o espero.
Esta legislatura que agora vai começar, não durará mais do que uns meses. Com a ganância e embriagamento do Chega, eles irão exigir coisas a Montenegro, ou a quem o venha a substituir, que não poderão ser aceites por estratégia política, embora concordem com elas. Assim, o Chega acabará, por sozinho, arrumar com o futuro Governo e, por incrível, provocar novas eleições.
Mas atenção. A acção do BE ao pedir uma estratégia comum contra a direita, poderá sair furada, porque o PS, como é seu habitual (ser o campeão da democracia de direita), pode viabilizar pelo tempo que quiser um Governo AD., em nome da estabilidade, que entretanto irá privatizar muitas empresas estraratégicas, elitar, ainda mais o ensino e recriar as PPPs.
Como resumo, e espero desta vez não errar, teremos uns meses de instabilidade, seguidos de nova crise política burguesa com novas eleições.
Nos entretantos, muito coisa que de positivo se fez, irá regredir. Na ultima vez, pelo mão do famigerado PPC, os pobres deste país, entraram em agonia com os cortes de pensões e salários e, muitas empresas estatais, lucrativas e estratégicas, foram privatizadas, sinal de que se aproxima, mais uma onda de crime contra a economia nacional.
Aguardemos!
E que a Esquerda tenha uma noção perfeita, da oportunidade que se irá abrir, quer a nível político, como de trabalho.